quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ainda sobre o 31 de Janeiro de 1891

DUAS NOTAS

Sobre o Capitão Leitão, permito-me transcrever extractos de um artigo do Dr. Henrique Almeida, com o título Viseu e o Centenário da República – a primeira revolta republicana, publicado do Jornal do Centro, de 29 de Janeiro de 2010.
Os relatos da época de, entre outros, Basílio Teles (Do Ultimatum ao 31 de Janeiro) e de João Chagas (História da Revolta do Porto) dão conta da intervenção, na primeira linha dos acontecimentos, do Capitão António Amaral Leitão, natural de Farminhão. Considerado o chefe militar da revolta, este oficial do Regimento de Infantaria do Porto, então com 44 anos, (…) tornou-se um dos principais rostos do movimento precursor (…).
Entre nós, a acção do militar viseense está assinalado na toponímica local. No início dos anos 90, o executivo camarário prestou homenagem ao capitão Leitão, ao atribui o seu nome a uma rua perpendicular à Rua Alexandre Herculano. A ladear o muro ocidental da Escola Grão Vasco, cruza com aquela a Rua 31 de Janeiro, articulando-se os topónimos. (…)
Uma segunda nota para apresentar a leitura que o historiador Rui Ramos faz do 31 de Janeiro. Para tal, servi-me do artigo que publicou na revista Única, editada com o jornal Expresso, no passado dia 30 de Janeiro.


Conclui então este historiador:
A direcção do PRP [Partido Republicano Português], em Lisboa, distanciou-se da revolta, condenando-a como “inoportuna, insensata e perigosa”. Durante a tarde de 31 de Janeiro, no Chiado, um dos membros do directório, o professor Teófilo Braga, depois Presidente da República, dizia a quem o queria ouvir que o 31 de Janeiro tinha sido feito com “dinheirinho da polícia”.
Os governos não procederam a grandes repressões. Só houve suspensão de garantias no Porto, durante um mês. Os 500 revoltosos capturados, quase todos militares, foram julgados em barcos de guerra ancorados em Leixões (…). Foram condenados pelo crime de rebelião, 3 oficiais, 23 sargentos, 49 cabos e 163 soldados. Ficaram à espera dos perdões que não faltaram: dois anos depois, todos, menos os três oficiais, tinham sido amnistiados (….). O regime ganhou vinte anos. (…) Meses depois da revolta, o Rei visitou o Porto em apoteose. Ninguém então teria previsto que o 31 de Janeiro viesse alguma vez a ser comemorado. Mas a história só se torna previsível retrospectivamente.

1 comentário:

  1. isto e tao facil k nao a pavavras para o esplicar ;):):);):)

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